Outro dia contei uma situação importante pra uma amiga e ela ficou tentando analisar a situação, mediar e me fazer enxergar o lado positivo. Que raiva que me deu, falei a verdade pra ela que não queria que analisasse a situação, eu só queria que ela me escutasse sem tentar achar a solução, porque enquanto eu falava eu mesma ia elaborando a questão. Eu só queria ser ouvida...
Duas horas depois pego as crianças. Tatá entra no carro e começa me contar um diálogo que ela teve na escola. E advinha o que eu fiz? Tentei analisar, queria ajudá-la para que ela elaborasse da melhor forma, queria que ela visse o lado da outra pessoa.
A sorte é que graças a situação prévia eu pude perceber que estava fazendo exatamente o que eu não tinha gostado mais cedo.
Gente, maternidade é muito maluco porque como mãe a gente quer educar, tem que conscientizar, tem que ajudar a enxergar o outro lado, mas também muitas vezes temos que apenas ouvir com atenção. Como diria Rubem Alves “escutar bonito”.
Educar o tempo todo não dá, não cabe a nós, ficar só ouvindo também não dá, tem horas que precisa fazer interpretação, analisar as situações, ensinar isso ao filho o que é importante, mas não pode ser o tempo todo. Fiquei me lembrando das inúmeras vezes que já fiz isso com as meninas e sei que ainda irei fazer, mas a situação de avaliar e até perguntar se querem minha opinião é válida também pra crianças.
Educar o tempo todo desgasta a relação.
Não é fácil, mas se a gente começa a se questionar já tá valendo.
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